Projetos

Senciência Marcial é um projeto de extensão vinculado ao programa "Soma: Ações Transdisciplinares", cujo objetivo é desenvolver atividades regulares e gratuitas de artes marciais chinesas para todos os públicos no campus Santa Mônica da Universidade Federal de Uberlândia. Iniciou-se em 2019 com o nome de Tai Chi no Santa, quando nele se ensinava, basicamente, a forma Yang CMC37, do Mestre Zheng Manqing. Durante a pandemia, foi interrompido de modo presencial e se desenvolveu por meio de cursos on-line de meditação e qigong em projetos como "Wuwei, artes de não-fazer". Ao retornar presentcialmente, voltou a assumir o formato de Tai Chi no Santa até 2024, quando passou a se chamar Senciência Marcial. Atualmente, se pratica nele além do Taijiquan Yang de Zheng Manqing, o Taijiquan Sun, o Tantui e outros estilos internos e externos de "Kung Fu" a partir da metodologia da Associação Nanbei Wudao, com foco no desenvolvimento da consciência somaestética e das sensibilidades do ser humano na perspectiva da saúde e da educação integrais. No momento, o projeto está pausado. Participação gratuíta e sem necessidade de inscrição prévia. Informações: guilhermealuz@ufu.br.

Registro Histórico, Técnico e Artístico do Nanbei Wudao é um projeto de pesquisa/extensão que visa produzir documentação em diferentes mídias sobre os saberes marciais e metodologias de ensino do prof. Niltoamar Pereira Gomes, artista marcial atuante em Uberlândia-MG. Desenvolve-se em parceria com a Associação Nanbei Wudao, que agrega professores da linhagem do prof. Niltoamar. Nanbei Wudao é uma expressão híbrida e diaspórica da cultura marcial chinesa na região do Triângulo Mineiro, cujo universo complexo de referências somatiza-se em seus praticantes. O projeto busca identificar e registrar tais referências bem como as sensibilidades e subjetividades de seus praticantes por meio de investigações históricas, etnográficas e autoetnográficas.

Da alma samurai aos monges de Shaolin: produção audiovisual de artes marciais asiáticas no século XX. Projeto de pesquisa que agrega estudos de Iniciação Científica e de Mestrado Profissional sobre a presença das artes marciais asiáticas na cultura de massas e na indústria cultural da contemporaneidade. Atualmente, envolve estudos sobre a construção dos mitos a respeito de samurais e monges guerreiros no cinema da segunda metade do século XX. Agregou, recentemente, uma pesquisa de Mestrado Profissional sobre o uso do jogo eletrônico Ghost of Tsushima para o ensino de História do Japão em forma de vídeos de gameplay pelo Youtube.

Sun Lutang e Morihei Ueshiba: mito, maravilha e mistério na modernização das artes marciais asiáticas. China e Japão (1860-1969). Este é um projeto de pesquisa que busca, por meio de investigação documental e estudos autoetnográficos, compreender a linguagem poético-espiritual de duas expressões modernas de artes marciais asiáticas concebidas na primeira metade do século XX: o Taijiquan Sun, do Mestre Sun Lutang (China), e o Aikido, do Mestre Morihei Ueshiba (Japão). A pesquisa busca demonstrar a compatibilidade do discurso mágico, mítico e maravilhoso com projetos de modernização das artes marciais em um contexto de transformações da cultura e da educação na China e no Japão em diálogo com a modernidade "ocidental".

"Cultura Marcial Chinesa no Triângulo: memórias da presença e presença da memória" é uma exposição virtual resultante de um projeto de extensão realizado pelo EDUCAM com financiamento do PEIC/PROEXC/UFU durante os anos de 2020 e 2021, em plena pandemia de COVID 19. O projeto buscou recuperar e valorizar a memória de praticantes de artes marciais chinesas em Uberlândia, divulgando a sua história para o público e colaborando para o fortalecimento da autoestima de suas comunidades marciais de afeto. A exposição conta a história da constituição de um cenário de prática de artes marciais chinesas na cidade a partir do final dos anos 70 e destaca a trajetória de algumas das personagens que mantêm esta história viva nos dias de hoje.

Diversidade de gênero e artes marciais. Lutando contra a violência e a exclusão. Projeto de extensão desenvolvido no âmbito do PEIC/PROEXC/UFU em 2023, ano em que o programa abordou a política de diversidade sexual e de gênero da Universidade. Este projeto buscou oferecer atividades regulares de artes marciais chinesas (com foco em Tantui) aos sábados de manhã, em turma voltada exclusivamente para o público LGBTQIA+, com reserva de vagas para pessoas trans. A proposta se articulava a atividades que já vinham sendo conduzidas pelo laboratório em parceria com a PROAE (Assistência Estudantil) da UFU de oferta de Kung Fu para estudantes mulheres e LGBTQIA+ no Campus Santa Mônica. A perspectiva de trabalhar artes marciais com o foco em questões de gênero visava aprimorar os processos de autoconsciência somática, desenvolvimento de autoestima e de estratégias de autodefesa para grupos marginalizados na sociedade patriarcal brasileira. Ao mesmo tempo, buscava formular estratégias de desconstrução do caráter patriarcal, machista e misógino que, majoritariamente, vem marcando a identidade dos ambientes de prática de artes marciais no mundo globalizado.

A presente pesquisa tem como temática a assimilação do Taijiquan como prática social/cultural de cuidado somático, ligada à saúde e ao bem-estar, na contemporaneidade, com foco especial no Brasil entre os anos 70 e 90 do século XX. Analisa manuais específicos que circularam no Brasil durante este período. Foram escolhidas, nesse sentido, obras paradigmáticas de duas vias de diálogo cultural com a cultura médica e corporal chinesa no mundo globalizado: a “via disaspórica”, relacionada à produção de mestres chineses imigrantes no Brasil (no caso, o Mestre Wu Chao-Hsiang, do Rio de Janeiro) sobre o Taijiquan; e a “via sinológica”, relacionada à produção de intelectuais do “ocidente” (no caso, uma intelectual francesa, Catherine Despeux) traduzida, editada e reeditada no Brasil sobre o Taijiquan. Por meio de perspectiva transdisciplinar ancorada, sobretudo, na Filosofia Somaestética, na História da Cultura Marcial Chinesa e da Antropologia das práticas corporais taoístas, pretende-se compreender as condições históricas e culturais que permitiram ao Taijiquan ter sido integrado às práticas de cuidado da saúde no Brasil, abrangendo suas conexões com novas formas contemporâneas de espiritualidade, de sensibilidade, de fruição da alteridade e de conscientização corporal, dentre outras.